"O que o medo está tentando te mostrar?"

"O que o medo está tentando te mostrar?"

Você já parou pra pensar que o medo não é o inimigo?

É estranho dizer isso, eu sei. Afinal, crescemos aprendendo que o medo é uma fraqueza. Que sentir medo é algo a ser vencido, escondido, ignorado. Mas e se eu te dissesse que o medo, na verdade, é uma porta? Que cada pânico, cada trava, cada nó no peito é um sussurro dizendo: “olha pra mim, tem algo aqui que precisa ser curado”?

O medo é o mensageiro das partes que a gente evitou por tanto tempo.

Ele vem de várias formas:

• o medo de perder alguém;

• o medo de não ser suficiente;

• o medo de ser abandonado;

• o medo de fracassar, de ser ridículo, de não dar conta;

• e até o medo de ser feliz — sim, esse existe, e é mais comum do que parece.

Esses medos não nascem do nada. Eles são construídos, peça por peça, por memórias, traumas, silêncios. Eles se vestem com as vozes que te disseram que não podia, que não era capaz, que era demais ou de menos.

Mas aqui está a virada:

O medo só paralisa quando a gente não o escuta.

Quando você empurra ele pra debaixo do tapete, ele se transforma em ansiedade, em insônia, em autocobrança, em sabotagem.
Mas quando você se senta com ele, respira fundo e pergunta:
"O que você quer me mostrar?",
uma nova porta se abre.

Tipos de medo que nos habitam:

• Medos primitivos: como o medo da morte, da dor, da perda.

• Medos emocionais: como rejeição, abandono, humilhação.

• Medos existenciais: como o medo de não ter propósito, de estar vivendo uma vida vazia, de ser invisível.

• Medos sociais: como o medo do julgamento, da exposição, do cancelamento.

• Medos invisíveis: aqueles que nem sempre conseguimos nomear, mas sentimos no corpo, na alma, no silêncio.

Esses medos, se ignorados, viram fantasmas que assombram nossa vida.

E quando isso acontece, o corpo sente. A mente acelera. As paranoias chegam: “ele vai me deixar”, “vão rir de mim”, “isso não vai dar certo”.
De repente, você está preso em um labirinto mental que você mesmo construiu — mas não sabe como sair.

Mas... e se o medo for um portal?

Sim, um portal para um novo olhar.
Para um novo jeito de estar com você mesmo.
Para um reencontro com sua verdade.

Meditar sobre o medo é como sentar diante de um espelho. Dói. Revela. Mas também liberta.

A meditação, o silêncio consciente, a escrita terapêutica, o movimento corporal, a terapia — são ferramentas que não anulam o medo. Elas iluminam o caminho até ele.

A chave é a curiosidade, não o controle.

Quando você para de lutar contra o medo, e começa a escutá-lo, ele deixa de ser um monstro.
Ele se torna um mestre.

E os mestres... ensinam a crescer.

Algumas chaves que viram portais:

• A presença: observar o medo sem julgamento, sem fuga.

• A vulnerabilidade: ter coragem de admitir que tem medo (isso é força, não fraqueza).

• O autoconhecimento: entender de onde vem esse medo, o que ele representa, o que está por trás dele.

• O perdão: soltar a culpa por sentir o que sente.

• A conexão espiritual: seja com Deus, com o universo, com a natureza, com o que fizer sentido — reconhecer que você não está sozinho.

Cada medo que você enfrenta com amor se transforma em poder.

E não falo aqui de um poder externo, de quem grita mais alto ou se faz de forte. Falo do poder interno de quem se conhece, se acolhe e, mesmo com medo, segue. Caminha. Escolhe.

Então, respira. Fecha os olhos. Pergunta pra dentro:

“Qual medo está pedindo pra ser olhado hoje?”

E permita-se ouvir.

Não com pressa. Não com respostas prontas. Mas com alma.

Porque talvez... tudo o que o medo queria, desde o começo, era te ensinar a se reconectar com quem você sempre foi.

Por Fabiana de Bom

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