Os Vários Ciclos da Vida: Quando o Tempo se Move Dentro de Nós

CONSCIÊNCIAAUTOCONHECIMENTODESPERTARSEJA POSITIVO(A)

10/21/20254 min read

Os Vários Ciclos da Vida: Quando o Tempo se Move Dentro de Nós

Há um instante em que tudo parece parar.
Mas, na verdade, nada nunca para. Nem o tempo, nem o corpo, nem a alma.
A vida é uma dança contínua — um conjunto de ciclos dentro de outros ciclos, girando silenciosamente, como engrenagens invisíveis movendo o destino.

Pense nisso: enquanto você lê estas linhas, seus olhos piscam em ciclos de milissegundos, suas células da pele se renovam a cada 28 dias, seu fígado se regenera a cada 150 dias e as hemácias que correm nas suas veias vivem por apenas 120 dias.
Seu corpo é uma máquina de renascimentos silenciosos.

A ciência mostra que nada em nós é fixo. Até os ossos, que parecem tão sólidos, se renovam completamente a cada 10 anos.
Em essência, a cada década você se torna uma nova versão física de si mesmo.
Um novo corpo.
Mas a pergunta que ecoa é: e a alma, também se renova?

A Dança dos Ciclos Invisíveis

A natureza nos ensina os segredos do tempo.
O dia se entrega à noite.
O inverno se dissolve na primavera.
O nascimento caminha em direção à morte, e a morte, curiosamente, prepara o terreno para um novo nascer.
Nada é estático. Tudo é fluxo. Tudo é ciclo.

A mente humana também segue essa mesma sabedoria — ciclos de expansão e recolhimento, crises e curas, claridade e caos.
Pesquisas da neurociência apontam que o cérebro, ao longo da vida, passa por “janelas de neuroplasticidade”, momentos em que se abre mais ao aprendizado, à transformação, à cura emocional.
Esses períodos se repetem em ondas, como se a própria biologia ecoasse o ritmo da alma: aprender, desaprender, renascer.

E há algo de sagrado nisso.
Porque, mesmo quando achamos que estamos “voltando ao mesmo ponto”, estamos voltando com mais consciência.
O círculo é, na verdade, uma espiral — cada retorno nos leva um pouco mais alto, um pouco mais perto de quem realmente somos.

Os Ciclos de 7 e 9 Anos — O Tempo da Alma

Diversas tradições espirituais falam dos ciclos de 7 e 9 anos como marcos profundos da evolução humana.
A cada 7 anos, diz-se que o corpo físico, mental e emocional passa por uma grande mudança.
E, a cada 9 anos, um ciclo de vida se completa — um “capítulo” termina e outro começa.

Olhe para trás:
Quem você era há 7 anos?
Quem você se tornou?
O que precisou morrer em você para que o novo pudesse nascer?

Essas mudanças não são acasos — são convites do tempo para que você se mova em direção à sua essência.
Quando resistimos aos ciclos, sentimos dor.
Mas quando aprendemos a fluir com eles, encontramos paz.

O Ciclo Triplo: Corpo, Mente e Espírito

A vida nos oferece três grandes ferramentas para atravessar os ciclos: o corpo que sente, a mente que interpreta e o espírito que observa.
Cada um deles precisa de alimento, educação e equilíbrio.

  • O corpo, quando cuidado, nos ancora no presente. Ele é o relógio mais sincero do tempo — envelhece, muda, adoece, regenera.

  • A mente, quando observada, nos permite decodificar os aprendizados. Ela é o espelho dos ciclos — reflete o que ainda precisamos curar.

  • O espírito, quando escutado, nos devolve ao centro. Ele é o ponto fixo no meio da espiral — o lugar onde tudo começa e termina.

Se um desses três se desequilibra, os outros dois também sofrem.
É por isso que, às vezes, sentimos que “a vida está travada” — quando, na verdade, o que está travado é apenas o fluxo natural de um ciclo que precisa ser encerrado.

A Sabedoria do Encerrar

Encerrar um ciclo não é fracassar.
É amadurecer o suficiente para perceber que aquilo que serviu até ontem pode não servir mais hoje.
E tudo bem.

Encerrar é uma forma de honrar.
De agradecer ao que foi, ao que ensinou, e ao que agora precisa partir.
A natureza não tem medo de encerrar o outono para dar espaço ao inverno.
Por que nós deveríamos?

Há uma beleza imensa em reconhecer que o fim de um ciclo é sempre o começo de outro — talvez invisível, talvez incerto, mas inevitavelmente fértil.

O Ciclo Maior: A Vida que se Vive Dentro da Vida

A grande ironia é que passamos tanto tempo tentando controlar o tempo — quando, na verdade, ele só quer nos ensinar a fluir.
Os ciclos da vida são como marés: vêm e vão, mas nunca deixam de trazer algo novo à beira da praia.

Cada minuto é um ciclo de respiração.
Cada noite é um ciclo de sonhos.
Cada vida é um ciclo de aprendizados que se repetem até que despertemos para o que realmente importa.

E talvez, no fundo, o segredo seja esse: não resistir ao movimento.
Porque a vida não quer que você seja eterno — ela quer que você seja inteiro.
Em cada fase, em cada recomeço, em cada despedida.

Reflexão Final

Quando olhamos para os ciclos com medo, sentimos perda.
Quando olhamos com consciência, sentimos renascimento.

Então, talvez a pergunta não seja “quanto tempo ainda tenho”,
mas “quantas vezes ainda posso me permitir renascer?”

Fabiana de Bom/ Novo Olhaar!


Se este texto ressoou com você, tire um momento hoje para observar em que ponto do seu ciclo você está.
O que está pedindo encerramento? O que está nascendo em silêncio dentro de você?
Respire. Observe. Recomece.
A vida sempre sabe o caminho.

Fez sentido? Deixe seu comentário!